21 outubro 2009

Apesar das três mortes na Maratona de Detroit, corrida, fatalidades são raras

Geralmente corrida é um momento de celebração, pessoas que superam seus desafios, realizam seus sonhos, tive a chance de fazer 5 Maratonas, e pretende fazer muitas, quem sabe me tornar um Vovocop, e quando fizer os meus 80 anos, ainda continuarcorrendo. Coloquei as fotos deles, para não serem apenas numeros, são pessoas como nós, Rick Brown, 65, Daniel Langdon, 36 e Jonathan Fenlon, 26,


Tudo é suposição, é muito triste a morte destes três corredores na ultima edição da Maratona de Detroit. Queira que as pessoas continuem praticando atividades físicas, mas nunca esquecendo que tem seu preço, claro que prefiro tombar nos fins dos meus dias numa prova do que que morrer num sofá, mas queira Deus que este dia demore.
Traduzi (dentro do possível) este texto dos sites CNN e completei com o do Examiner, por acha-los extremamente útil para nós, corredores, quer seja de uma Maratona, uma meia ou até os 5km. Quando não se esta bem (conforme o texto as vezes até se esta), pode-se morrer até sentado na cadeira balançando as pernas..

Três corredores morreram durante a maratona de Detroit, no domingo. Apesar de que a notícia é chocante e assustadora para os corredores e não-corredores, tais mortes são raras, dizem os especialistas. Maratonas são seguras para a maioria, mas alguns atletas podem ter uma doença cardíaca subjacente, dizem os médicos.
Maratonas são seguras para a maioria, mas alguns atletas podem ter uma doença cardíaca subjacente, dizem os médicos. "Entre os jovens de ensino médio e os atletas da faculdade, há uma morte a cada 200.000 pessoas [durante o exercício em geral]," diz o Dr. Paul Thompson, diretor de cardiologia no Hospital Hartford, em Connecticut. "Para os idosos, há cerca de uma morte em cada 15.000 pessoas. Se você olhar para as pessoas que realmente se exercitam, a taxa de mortalidade é menor ainda." Na verdade, outras atividades podem ser mais perigosas do que correr uma maratona. "Morrem mais pessoas por relâmpagos enquanto jogam golfe," diz o Dr. William Roberts, um professor de medicina familiar e saúde comunitária da Universidade de Minnesota, e diretor médico do Twin Cities Marathon. "E é provavelmente mais seguro correr uma Maratona do que dirigir um carro, levando em consideração o número de mortes por acidentes de trânsito." Os três homens que morreram na corrida de domingo tinham excelente saúde e eram treinados para terminar a corrida, segundo relatos da imprensa. Tinham 26, 36 e 65 anos de idade. Dois desmaiaram entre quilometros 18 e 20, o terceiro acabara de cruzar a linha de chegada da meia-maratona. As autópsias foram agendadas para determinar as causas da morte, mas as autoridades suspeitam que os três morreram de parada cardíaca. Duas outras corridas foram notícia nos últimos meses, após alguns corredores morrerem: Duas pessoas morreram no final do Rock 'n' RollHalf Marathon em San Jose, Califórnia, e uma pessoa morreu na Maratona de Baltimore. "Quando estas coisas acontecem, elas chamam a nossa atenção", diz Thompson. "Mesmo se você estiver em boa forma, não é nenhuma garantia que nada acontecera" Quem está em risco? Pessoas que tem mais risco de ter parada cardíaca durante o exercício extenuante são aqueles que têm problemas cardíacos subjacentes, mas não sabem disso. Às vezes, eles têm anormalidades cardíacas, que podem estão presentes desde o nascimento. "Com os jovens é congénito", diz Thompson. "O coração eh muito grosso, ou as artérias saem de áreas erradas." Outras paradas cardíacas são causadas por rupturas de placa mole nas artérias, diz Roberts. Ao contrário de placas duras conhecidas que entopem as artérias, a placa mole pode deixar artérias abertas o suficiente para passar despercebida. E a ruptura pode resultar na formação de coágulos sanguíneos e ataques cardíacos, diz Roberts. "Se alguém é habitualmente ativo, ele corre menos risco, mas a ruptura ainda pode acontecer", diz Roberts. "Se isso vai acontecer quando você não estiver correndo é bem difícil de prever. Nós tivemos uma morte na Twin Cities Marathon de um homem que antes havia feito um teste de esforço cardíaco algumas semanas antes, e o resultado tinha sido que estava bem".
A última morte em um evento de Detroit foi relatado em 1994, quando um homem de 42 anos morreu depois de correr mais de 32 quilómetros. As condições de corrida em Detroit não são culpadas por estas mortes diz Roberts, ele diz que às vezes as mortes ocorrem em aglomerados apenas por acaso. Mais de 19.000 pessoas estavam inscritos na corrida. As temperaturas foram baixas durante a corrida (9 graus no início), os corredores são mais propensos a ter problemas em clima quente. Embora os níveis de poluição do ar são geralmente maiores em grandes áreas urbanas, como Detroit, é geralmente seguro para correr em qualquer lugar a menos que haja um alerta de "smog", diz Roberts. Mesmo o trajeto incomum, passando por um túnel - não deveria ter feito a diferença, uma corrida de Hong Kong que os corredores passam por um túnel particularmente longo não tem taxas de mortalidade mais elevada do que qualquer outro, diz ele.

Como permanecer seguro durante uma corrida :
Mortes na Maratona levantam uma série de outros problemas de saúde relacionados com a corrida. Cuidados com a hidratação levou um corredor a morte em 2002 na Maratona de Boston, devido a uma super-hidratação um corredor morreu depois de beber muita água. Mortes na Maratona por excesso de hidratação são extremamente raras - houve apenas cinco na história, diz Roberts -, mas é possível. O excesso de ingestão de água, geralmente por atletas inexperientes, preocupados com a desidratação, pode provocar uma situação potencialmente fatal condição chamada hiponatremia, ou intoxicação por água. Os corredores devem ter por objectivo a beber água o suficiente para substituir apenas um pouco do que aquilo que perdeu com o suor , diz Roberts. Para aproximar montante , pese-se antes e depois de um longo percurso. A diferença é o quanto você perdeu durante esse período de tempo. "Para dizer:" Beba isto muito a cada hora "é realmente difícil", diz Roberts, "devido à grande variabilidade nas taxas de suor nas pessoas." Estar ciente de quanto água você bebe, mas não se abster de beber quando você está com sede só porque você está com medo do excesso de hidratação, diz ele. Além disso, antes das longas corridas, os corredores devem evitar consumir tudo o que poderia colocá-los em maior risco de insolação, o que inclui qualquer coisa que possa provocar desidratação, como o álcool, cafeína, e alimentos ricos em sódio, adverte Roberts. Alguns medicamentos também podem aumentar o risco, portanto verifique com um médico. Caso contrário, manter a sua medicação habitual e hábitos alimentares. Acima de tudo, verifique se você está apto para correr. Converse com seu médico sobre quaisquer fatores familiares de risco como a hipertensão ou diabetes, e verificar possíveis problemas, como colesterol alto, dizem especialistas. "Se há algo suspeito na sua história familiar, análise com o seu médico e vê se há qualquer cuidado que você precisa antes da corrida", diz Roberts. "Se você tem um histórico familiar saudável e você foi corre a bastante tempo, você deve estar bem. Se você eh sendentario, certifique-se de seu passado histórico pode te atrapalhar". Thompson recomenda que os corredores prestem atenção ao seu corpo durante o exercício e ter certeza de não ignorar os sintomas que poderiam ser um sinal de problemas subjacentes. "Cerca de 50 por cento das pessoas nos nossos estudos tiveram sintomas que optaram por ignorar", diz Thompson. Esses sintomas incluíam azia, sensação de aperto no peito, e aperto nos braços provocadas por exercícios - que podem ser sintomas de problemas cardíacos. Ainda assim, os especialistas concordam que é importante não se preocupar muito com ocorrências raras. "Se estamos preocupados com acontecimentos raros o tempo todo, nós não fariamos qualquer coisa", diz Roberts. Dependendo de sua saúde, talvez uma maratona completa não será o melhor, mas que não implicam, por qualquer meio de ter uma vida saudável com praticas de exercícios regulares.


As quatro condições principais que levam à morte de maratonistas são:


1. A doença cardíaca coronária ou morte - Os ataques cardíacos durante a corrida de longa distância são causadas pela combinação de esforço físico com prévia doença cardíaca. Este tipo de morte geralmente ocorre em um corredor de mais de 35 anos de idade. No longo prazo a correr o técnico Roy Benson aponta, "Correr não causa ataques cardíacos. Doença cardíaca provoca ataques cardíacos".


2. Os defeitos cardíacos ou morte cardíaca súbita - alguns corredores têm defeitos genéticos do coração diagnosticada. Um certo número de condições pode levar à falência súbita do coração, especialmente quando o coração é excessivamente requisitado durante uma Maratona.


3. Hiponatremia (intoxicação por água ) - Nos últimos anos, alguns corredores perceberam como é difícil de se manter hidratado e acabam exagerando na agua,o uso de bebidas esportivas e comprimidos de sal podem ajudar a evitar isso.


4. Doenças relacionadas ao calor - desidratação extrema é a mais comuns . Quando o corpo fica desidratado, é mais difícil para ele regular sua temperatura. E devido a insolação a temperatura corporal sobe, conduzindo a um possível coma induzido, então a morte.

07 outubro 2009

Maratona de Berlin

20/09/2009 - Uma data para nunca mais ser esquecida
Fotos oficiais, compradas, aguardando as originais..
Era apenas uma idéia maluca, de aproveitar as férias e esticar até Berlin, para uma corridinha, claro que para mim seria um sonho, correr a tão famosa Maratona de Berlin, mas não sei se seria a mesma coisa para minha esposa. Ela acabou aceitando, e foram mais de um mês de treinamento, já que vinha na seqüência da de São Paulo e Rio de Janeiro. Nesta queria que fosse diferente, queria realmente fazer um bom tempo, e treinei com mais afinco, chegando a picos semanais de 90 km/semana. Usei inclusive o Desafio do 600 km da Nike como parte do treinamento. Este ano a 36. Edição, comemorou-se os 20 anos da queda do muro de Berlin, o lema era "Um mundo sem fronteiras..." Chegamos a Berlin, com quatro dias de antecedência, e lá vamos aos passeios e mais passeios, e como poderia ficar parado numa cidade tão linda? Tão cheia de histórias? Logo a idéia de tempo começou a fugir, chegávamos ao hotel no fim da noite, exaustos, com as pernas doendo de tanto caminhar por Berlin, minha vontade de correr bem a Maratona estava na minha cabeça, mas o desejo de conhecer Berlin, era maior. Sexta-feira a primeira parte da prova, ir a feira buscar o kit, e eu me sentia uma criança no meio de tantos produtos e tantos outros corredores, como era gostoso respirar aquele ar pré-prova, que era tão evidente em toda cidade, onde andasse era pessoas comentando que teria uma Maratona no domingo, com mais de 40.000 corredores, que bom saber que eu seria um destes, mesmo que apenas um na multidão. Sábado à noite preparo todo o equipamento, Nike +, Garmin, camisa, short etc., vamos a um restaurante e faço questão de pedir uma massa, já que precisava de carbodraito. Domingo de manha acordamos bem cedo, tudo preparado, tomo meu café, não do jeito que sempre tomo claro, não estava em casa, e acabo tomando mais chocolate do que estou acostumado. Pegamos o metro e fomos como era legal ver a cada estação entrar mais e mais corredores, tomando todos os vagões, em pouco tempo, estava lotado, com gente de tudo que era pais, seus idiomas, camisas e expectativas. Chego perto da largada e vejo o que e uma prova destas, muita gente, mas muita mesmo, e separo da minha esposa indo para o espaço reservado aos corredores. Sinto umas pontadas na barriga, e imagino, dor de barriga logo hoje não, acredito que o excesso de chocolate não me fez bem, resolvo encarar uma filinha ao banheiro para tirar as duvidas, e aqui uma decepção, apesar de tantos banheiros, não eram suficientes para tão grande multidão de corredores. Gastei quase 40 minutos para chegar ao habitáculo azul. Quando vou a minha raia, que são divididas por tempo, descubro que fui inscrito na raia errada, na G, sairia com o pessoal com tempo acima de 4h15, sendo que na do Rio, tinha feito em 4h11, e o pior, teria de sair bem no finalzão devido a minha demora no cubo azul. Fazer o que, estava em enfim, estava em Berlin, céu azulaço, não e frio aqui? Cadê meus 15 graus? Naquela altura já estava uns 20 e poucos, acho que estou no lugar errado, no meio de uma multidão enorme, mesmo com uns ruídos estranhos vindo da minha barriga, a emoção era gigante, estava em Berlin, só esperando a hora da largada, lá na frente, bem lá na frente estava o Haile Gabriliese, o único homem no mundo que conseguiu correr uma Maratona em menos de 2h04, e cá trás este lerdão, com dor de barriga, preocupado neste momento em apenas conseguir terminar a prova. Nove horas em ponto começa a prova, balões amarelos são soltos, imagino nesta hora o Haile, saindo com tudo e eu aqui, parado no meio da multidão, são mais de 15 minutos desviando de garrafas, agasalhos e capas plásticas, deixadas por pessoas que esperavam os 15 graus, mas já contávamos com mais de 20, agora sim, passei no portal da largada, vou procurando na multidão o rosto de minha esposa, para mostrá-la a minha surpresa, mas são tantas pessoas, gritando, batendo palmas e não consigo achá-la, acho que a surpresa vai ficar para o final. Quando ligo o Garmin, que tão cuidadosamente carreguei no Brasil, recebo a mensagem, bateria fraca como? Carreguei-o, não usei, não aguentou nem 5 minutos e foi-se agora teria de correr sem saber a velocidade, minha estratégia foi para o espaço, teria de correr sentindo meu corpo, mas não tinha treinado para isto, e sim correr num pace de mais ou menos 5:35/km. São muitas pessoas, as primeiras ruas são bem largas, mas as ultrapassagens requerem muito cuidado, para não derrubar os corredores a sua frente, do seu lado, ou que vem atrás, é necessário um jogo de cintura tremendo, os espaços são muito pequenos, mas assim foi durante um bom tempo, jogo o corpo pra cá, pra lá, e vou ultrapassando, soltando uns sorry, toma uma cutevalada aqui outra acolá, o esforço é grande para ultrapassar, fico assim por mais de uma hora, já foram mais de 12 km, resolvo desistir, e seguir o ritmo da multidão, neste momento o sol é pleno, e a sensação térmica é de uns de 25 graus, well, sou um corredor baiano, acostumado com o sol, que venha o astro rei. Minha barriga ainda continua mandando sinais constantes ao meu cérebro, e ao meu ouvido, fico pensando se teria de parar para ir ao banheiro, os quais eram constantes em todos postos de água, não queria parar e perder o ritmo, que nem sei a quanto estava. Os pontos históricos iam passando que cidade linda, não sabia que a Berlin, de tantas historias, era tão bonita, mesclando prédios históricos com prédios modernos, e a torcida? Como imaginava o tempo todo gritando e de onde veio tanta gente? Em todos os quilómetros filas dos dois lados, e a todo momento gritando, batendo palmas ou fazendo barulho com instrumentos. Isto é um show a parte, que faz a diferença. Como não se sentir motivado? Lembrava-me das Maratonas de Curitiba, São Paulo e Rio, que fora uns gatos pingados em alguns determinados pontos, eram uma longa e solitária corrida, que a nossa única torcida era os próprios amigos corredores. Claro que não preciso de torcida, corredor é na sua natureza um lutador solitário, que luta consigo mesmo, com suas dores, com suas limitações e aspirações, entretanto, ver gente ao redor gritando a todo o momento é uma motivação a mais. Aqui em Berlin e em San Diego era diferente, talvez a própria cultura, sei lá o real motivo que leva estes malucos, a ficar gritando horas e horas, não sou elite, passava com o dobro do tempo do Haile, e eles continuavam gritando, onde conseguiam tanta motivação? Depois de vários monumentos, chego aos 30 km, o calor é muito forte, caminhões espirram água nos corredores, os postos de água são bem disputados, mas mesmo assim é muita gente correndo, é impressionante, não vejo quase ninguém andando, e começo a imaginar quando vira o urso para pegar uma carona nas minhas costas, o meu ritmo já diminuiu, as pernas já começam a ficar pesadas, mas pela primeira vez, vejo que é possível vencer os 42.195 metros sem caminhar. E vou brigando psicologicamente comigo , pensando, vamos Sérgio, só mais um quilometro, só mais um, e assim vão, um atrás do outro. Hora que vejo já estou no quilometro 40 , sinto dores em varias partes do corpo, imagino que maratonista gosta de sofrer mesmo, que sou um masoquista, que tenho de aguentar mais um pouco, que depois dali, seria só férias e água fresca, que estaria no mar Egeu passeando pela terra de Hércules, e outros heróis gregos, força... Quando vejo o Portão de Brandenburgo, ai não tem mais jeito, tiro a surpresa que estava no bolso para minha esposa, e esqueço o que é cansaço, esqueço tudo, tento me segurar, a emoção é forte demais, é a minha 5° Maratona, mas o gosto não muda, o gosto da vitória, de mais uma vez ter superado os tão temíveis 42.195 metros, lembro que minha Lorena esta me esperando, a lágrimas tentam sair dos meus olhos aos ver toda aquela torcida na arquibancada gritando, mesmo depois de 4 horas, corro fazendo ziguezague entre os fotógrafos postados, com a faixa na mão, Eu te amo Lorena, passo o Portão de Brandenburgo, o Portão da Vitória, ai já era, sou 5 vezes maratonista. Berlin fica pra sempre no meu coração, ver toda aquela organização germânica, aquela torcida maluca, gritando a todo o momento, as muitas bandas no caminho, e encontrar minha esposa no final, e depois partir para umas merecidas férias, foram três Maratonas em menos de 70 dias, pra muitos nada, pra mim um grande feito...